sábado, 26 de setembro de 2009

Sorriso nos lábios

Ele dormira logo
Era pai e mãe
Nenhum dos dois havia dito nada
Estou aqui nesse quarto
Amando um homem que me amava
Construindo paredes nas janelas
Por onde penetrava a alegria do sol
Vi a outra sentada no canto do quarto
O amor é sempre novo
É preciso aceitá-lo,
Por que ele é o alimento de nossa existência.
E nos salva.

Eu deveria de aprendido. Afinal, tanto tempo se passou, tanto tempo foi perdido. Não estou mais em idade de acreditar em assombrações e nem marcianos. Já era mais do que na hora d’eu não me importar com coisas assim. Esquecê-las. Produzir-me imune, criar os anticorpos necessários, a vacina anti-dor. Mas morfina, meu amor, é coisa broxa. Eu to vivo, e os vivos têm esse defeito irreparável. Caem na conversa macia, são facilmente persuadidos, gostam de acreditar no inacreditável. Eu, os adolescentes, homens de negócios, velhos impotentes, pagamos uma fortuna por um metro quadrado no deserto. Gastamos o nosso tempo com romance de fada e finais felizes. Ouvimos o canto da sereia e encalhamos na praia. Juramos por jurar de pés juntos a existência da mosca branca. E eles, continuam a idolatrar o coito anal.

Aranhas no Nilo

Você com flor no cabelo
Você querendo um pau na boca
E minha ânsia de te encher de tiros
E outras coisas
-Elas têm toda razão de suprir a carência do sexo-
Me encanta sua cara lindamente esporrada
Me divirto
-Não me olhe assim, não tenho culpa-