sábado, 26 de fevereiro de 2011

No sétimo dia

Tudo foi alagado
no auge de suas emoções,
cadeiras vazias lá fora.
No escuro do meu vazio,
o resto do espaço
desenhou um caminho
por um longo tempo.
[O tempo todo de minha vida]
Por todos os poros
nenhum cheiro
sem nada lá fora.
Num mundo pronto
para a batalha final
- O que é isso, meu Deus?-
Deu por terminado seus afazeres
naquele lugar de primeira vez.
De paciência, paz, tudo
estava presente
mas estava no ar.
Trouxeram à Terra
discos voadores programáveis
dentro daquele casal,
de desejo esquecido
rumo ao infinito
com muita fome.
E vai-se um pedaço da natureza
daquela fonte de vida
feito camaleão.

O poder do supremo Sol
sabendo a importância,
quando olhou para baixo
[Sentia-se como eles]
Ele estava mudado
Para povoar este mundo
e à noite
ascendeu as luzes da cidade
e começou o diálogo
em queda livre
[em temporal]
Habitante de dois mundos
O rei
sabendo o que fazer
desvendou aos olhos de todos
sua solidão
sem gritos
apenas com o coração.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sin, Ed

E eu me lembro
me sinto tão estranha
e aprendo
tem que ser na manha
não acanha, me ganha
com seu olhar...

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Há quem ame sem gostar,
Há quem goste sem curtir
e quem curta sem aprofundar.
Alguns amam sem se dedicar,
namoram sem brincar
fazem amor sem esperar
o outro
confundem slidão com ficar
sozinho
não ri de si mesmo
e tem medo de ser
afetivo.

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Descobri que o amor
pode ser alegre
ponha a saia mais leve
e passeie de mãos dadas com o ar...

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Quando nos encontramos
na primeira vez
sorriu, no desencontro
cumpriu, o horário
do encontro
resistiu, mas acabou
me acompanhando.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A criação


Eu no topo de mim
Tu avança sobre mim
Ele alcança meu pescoço
Nós desvendamos mundos
Vós em cima
Eles em ambos os lados

Chega das posturas normais!!

Eles atacaram meu rosto
Vós descansavam
Nós éramos os mesmos
Ele dividiu-me em dois
Tu em garras
Eu e minha gente feliz.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Anjos da vida


Tudo sobre controle,
no alvo o último
que ficou pra trás:
- levantou o braço! -
Tem conteúdo
suficiente para respirar
enquanto não chego.
Tem pressa,
dispeça, impeça,
tropeça e bate
a alma no fundo
com tudo vermelho
aqui, do meu lado
Sobe e não me solte
Eu não te solto
- me deixou por lá -
nem pensar
eu nasci no mar
você também vai gostar.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vidas medíocres


Não quero ser mito
onde as pessoas
falam e desfalam,
quero ser feliz.

Não quero ser como ela,
a simpatia em forma de gente
nas intenções, nada mais,
sinto-me feliz.

Não quero ser mãe
de separação decidida
e fazê-lo dormir,
eu gosto da vida!

Não quero ser metida a estrela
me enfeitar sozinha
por trás da pele,
quero conviver com o sorriso sincero.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

o papagaio do futuro

Breakboy me lembra um vento suave e agitado
que canta vinho e goles de cerveja em portos
sem loucura definida.
Breakboy é um sol na lua da noite
que gelatinosa se espalha pela vida depois
de um dia onde a batalha pela sobrevivência
perdeu mais um round.
Breakboy é um pássaro que sonha, que bom
é bom viver.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011


na cama sem os óculos, aqueles gritos, -de quem serão os gritos hoje?- chora, chora um cheiro estranho de súplica envolto numa nuvem de fumaça o gemido da carícia que se enconde.

Guardar um segredo


a palavra dura
eu não escolhi
[o eco]
para à minha porta
no vácuo -
que hoje não me encontro
no caos -
de final improvável

mas não o querem ver
antes e depois de hoje
como sangue
[não se preocupe]
virão outros

pois no escuro é permitido
[sorrir]

A fuga do real


Jogo tudo fora
me afastei de toda a vida,
amanhã recomeço.
O rosto no travesseiro,
num quarto que se abre pouco.
[É talvez um erro amarmos assim nossos parentes].
Estou solta num mundo largo,
Já não sinto piedade.
Resisto e penso
dentro de mim, bem no fundo.
[Eles dizem o caminho]
de minha vida, para restaurá-la,
como os objetos perdidos na rua.

É MUITO DIFÍCIL, MUITO!!!

Não é mais um crime, um vício, um desencanto das coisas,
mas minha vida:
Captada em sua forma irredutível
[e o sol brilha sempre].

Num triste dia

Sentadas em algumas pedras

Surgiu a primeira poesia

No doce horizonte.

Soltando fumaça e fogo pelo corpo

Por entre vales e montanhas.

Rumo ao total e absoluto desconhecido

Andamos um tanto por entre arbustos.

- Sentia-me já

Habitante deste novo mundo –

Como que costurados por raios de sol.

Abri os olhos

Na morada do solitário poeta

Que é tão distante do mar

Como a dos presos e torturados

Em suas masmorras.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Meu prazer

Hoje eu perdi meu prazer. Deitar e saber que ainda algo me faz feliz, sempre foi meu maior consolo. Mesmo se a noite foi péssima ou se o mês demora a passar, eu nunca deito com dor de cabeça e o meu sexo eu nunca recuso. E esse não foi o problema. O ócio é uma merda. Cria um estagma (o que é um estagma?) que a gente fica a mercê de tudo que aparece em nossa vista , e sou contra este tipo de vida. Nascemos com duas pernas, dois braços e podemos pensar, É SÉRIO, juro que podemos. Se nos esforçarmos, lá no fundo, não somos só corpo vegetal, somos seres pensantes que aliados a cinco sentidos criam um feixe que liga a alma (e toda sua essência) ao mundo externo (criado por um, ou vários). Nesse contexto eu acho indispensável um objetivo de vida. Porém, ele deve vir sem título e sem desenvolvimento. O fato é que devemos criar cada objetivo ao longo dos dias, sempre APROVEITANDO.

Aproveitar -> Tantos usam (e adoram) essa palavra para demonstrar o quão libertinos seus estilos podem ser, sem saber de fato o que é aproveitar literalmente. Se um dia quiser provar, tente sempre fazer ao contrário daquilo que você faria normalmente. Experimente responder de forma graciosa um assobio na rua, paquere um desconhecido, encare os andantes e converse com policiais, sorria para pessoas feias, apenas APROVEITE. Amanha eu volto, ou não.